segunda-feira, março 28, 2005

ESPERA

A ausência em seu peito é só saudade...
Presença do que está lá e cá ao mesmo tempo
Mas presença, constante presença

O grito em sua música é a canção dos anjos
A voz calada clama seu nome à flor da pele
Por gestos, olhares, ações, não-ações

A esperança, fênix sem asas, fica estática,
Aspirando o crescer de suas asas,
Aguardando a indicação de direção e sentido exatos
Ansiando o soprar do melhor vento...

...esperando você chegar.

Luiz Eduardo Bimbatti
Sao Paulo/SP - Brasil
Março 2005

sábado, março 19, 2005

GUIA

Quisera eu enxergar só em preto e branco
Para jamais me deixar confundir
Pelo arco-íris caleidoscópico de meus dias,
Sendo guiado tão-somente pela luz da intensa aurora boreau
Que emana deste olhar transparente e certeiro.

Luiz Eduardo Bimbatti
Sao Paulo/SP - Brasil
Março 2005

quinta-feira, março 03, 2005

INCONTROLÁVEL

Maravilhosos imãs negros
Que tanto me atormentam e me prendem
Transformam qualquer momento em volúpia única
Usurpando toda a mansuetude da consciência

Parestesia de minh’alma
Transparência da negritude cândida da tua
Cúmplices de ira, mas não de afeição
Carrascos desmedidos de lisura e compaixão

Brisa em meus problemas mundanos
Vodka no meu peito erroneamente lanceado
Cataclismo em meus pensamentos metamórficos
Atrevidos, inoportunos, ditadores, mas muito queridos

São a paz do universo de sua abrangência
O par mais belo e perfeito de sinceridade ingênua
Solução de todas as enfermidades invisíveis
Fontes de azuis lágrimas enamoradas

Teus olhos são tudo...

Luiz Eduardo Bimbatti
São Paulo/SP - Brasil
Fevereiro de 2005

ROSA

Quero chorar, mas estou proibido
Sufocado por um amor racional
Estrangulado por uma paixão súbita
Inesperada, inexplicável, curiosa...

Estou só e ninguém pode me ajudar
O choro vem de dentro e por dentro deve ser curado
Por um instante não me reconheço mais
Nem mesmo os amigos, parentes e Deus me reconhecem

O amor é uma rosa da qual os espinhos são as paixões
Não se pode separar afago e dor, pétala e caule, sem sofrimento
Além de ser inútil regar uma flor emocional com água racional
Os céus jamais adubarão algo assim...

Pergunto, mas não obtenho respostas
Talvez não haja qualquer ser ouvindo minha súplicas
Ora sou alma, ora corpo, ora tudo, ora nada, ora ... não sei...
Se soubesse, teria controle sobre mim e sobre a rosa

Mas estou destinado a colher essa rosa sem luvas
Sangrar até a última gota de minha cumplicidade
Esgotar o respeito, carinho e dedicação que me sobram
Até a primeira e última lágrima da individualidade que me resta...

Luiz Eduardo Bimbatti
São Paulo/SP - Brasil
Janeiro de 2005