quinta-feira, janeiro 05, 2006

IMAGINAÇÃO

Não estou acostumado a esperar o momento certo de dizer
De ter que saber quando e como olhar
Perder o controle das mãos, sem saber o que fazer com os gestos
Engolir a seco um suspiro, molhando os olhos por isso

Como peças de divertimento do destino
Num tabuleiro esburacado, cinzento e escorregadio
Vamos levando as inexplicáveis fases desta partida
Deste jogo que não gosto e desconheço suas regras

Ninguém pergunta, ninguém responde, os dois imaginam
Imagino o que pensas, porque te incomodarei se perguntar
Imagino o que sentes, pois te pressionarei domandando
Imagino o que pretendes, para não acelerar o processo natural

Mas o pensar, sentir, pretender são alvos inatingíveis à imaginação
E mesmo que a comunicação seja clara e até objetiva
Sempre restam dúvidas quanto à sua sinceridade, honestidade e atualidade
E a nova imaginação voa com o que restou da imaginação antiga

Todavia, teu satisfeito sorriso de rabo de boca, com os olhos fechados
No meio dum sono leve causado por um apaixonado e terno cafuné
Revelou-me que todas as respostas estão em mim, quando estou com você
Em cada milímetro de nosso ser, que jamais sairá de minha imaginação.

Luiz Eduardo Bimbatti
Milão/MI - Itália
Janeiro 2006