quinta-feira, março 03, 2005

ROSA

Quero chorar, mas estou proibido
Sufocado por um amor racional
Estrangulado por uma paixão súbita
Inesperada, inexplicável, curiosa...

Estou só e ninguém pode me ajudar
O choro vem de dentro e por dentro deve ser curado
Por um instante não me reconheço mais
Nem mesmo os amigos, parentes e Deus me reconhecem

O amor é uma rosa da qual os espinhos são as paixões
Não se pode separar afago e dor, pétala e caule, sem sofrimento
Além de ser inútil regar uma flor emocional com água racional
Os céus jamais adubarão algo assim...

Pergunto, mas não obtenho respostas
Talvez não haja qualquer ser ouvindo minha súplicas
Ora sou alma, ora corpo, ora tudo, ora nada, ora ... não sei...
Se soubesse, teria controle sobre mim e sobre a rosa

Mas estou destinado a colher essa rosa sem luvas
Sangrar até a última gota de minha cumplicidade
Esgotar o respeito, carinho e dedicação que me sobram
Até a primeira e última lágrima da individualidade que me resta...

Luiz Eduardo Bimbatti
São Paulo/SP - Brasil
Janeiro de 2005