terça-feira, julho 19, 2005

DESAMOR

O amor é troca constante, sem inquirição
Presença na ausência, sem permissão
Independe do toque, do olhar
Mas tão somente da alma entregue

Não preciso da sua saudade por compaixão
De egocêntricas lágrimas de um amor reflexivo
Do seu telefonema por conveniência
Numa data mais vazia que o nada

O que para você não tem consequências
Pode ser a tampa do caixão de meu amor
E temendo que as decepções sobrevivam a ele
Deixo a mágoa escorrer pelas minhas mãos, ir embora

Não consigo convergir razão e paixão
"Choro em silêncio a dor
Sofro, mas nem a Lua tem pena de mim"*
Estou tão longe que ninguem se importa

Meu consolo é ter tanto amor
Que poderia amar o mundo todo
Mas, egoísta que fui, dediquei-o todo a você
E agora aguento o pesar de mais este desamor

*Zeca Baleiro (Serenata Sem Estrelas)

Luiz Eduardo Bimbatti
Milao/MI - Italia
Junho 2005