sexta-feira, novembro 25, 2005

CHANCE

Mais uma folha caiu e doeu
No gélido e noturno Parco Solari
Enquanto o silêncio de tuas mensagens
Ecoa no vácuo de minha espera angustiante

Tenho certeza de que você está aqui dentro
Por quê, então, evita se manifestar e aquecer?
As mãos frias que esperam o cafuné
De cabelos quentes e nuca fervorosa

Nesse tempo mais relativo que as horas
Que voa quando imagino-te num futuro incerto
Pára quando teus olhos refletem tua esperança
E vagueia quando nossos lábios são apenas um

Meus projetos mudam pela força da tua maré mediterrânea
Na intensidade da tua milanesa Lua Cheia
Com abundantes ondas adriáticas sopradas
Que não ousarei interromper, jamais

Ondas que portam este ar que há tanto não me faltava
Renascente, mas ainda sem corrente
Sabendo dos fortes ventos súbitos
Mesmo que ignore as rajadas imprevisíveis

Desta vez isso não vai se esfumaçar
Tampouco deixar de ser pela simples fumaça
Porque com ou sem ela, há fogo
Uma linda chama que quero alimentar

E não transportarei ao meu amor
Os erros de minha paixão
Nem esperarei pela pontualidade de teu sentimento
Nas lágrimas canhotas de meu destro olhar

Escolho-te, pelo que posso receber de ti
Não pelo que você pode me oferecer
Pelo teu toque que ultrapassa a minha derme
E pela beleza troiana de tua existência

Luiz Eduardo Bimbatti
Milao/MI - Italia
Novembro 2005